Reclamar nas redes sociais é o melhor remédio

"Ouve-me", de Helena Almeida 


Ao fim de 13 dias voltei a ter Internet, televisão e telefone fixo. Ao fim de 13 dias percebi que, nos tempos que correm, as redes sociais efectivamente têm maior poder que dezenas de telefonemas feitos a reclamar a resolução de uma avaria. Uma queixa exposta ontem num comentário na página de Facebook da Meo fez o milagre da ressurreição dos serviços Meo Fibra. A exposição pública da falha obriga as empresas a actuarem com maior prontidão. Por isso, se têm problemas com operadoras inundem as redes sociais das marcas com queixas. Não se calem perante a inoperância de um prestador de serviço que se escuda com um contrato de fidelização. 

Estive sem o serviço de TV+Net+Telefone Meo Fibra desde as 17h30 de 30 de Novembro até hoje à hora de almoço. Andei 13 dias praticamente a ligar todos os dias, e até várias vezes ao dia, para pedir à operadora informações sobre a avaria que supostamente afectava várias pessoas da minha área de residência (embora os meus vizinhos tivessem o serviço) e para saber quando o problema estaria resolvido. Até formalizei a minha queixa no livro de reclamações numa loja da operadora.

A resposta de dia 1 foi a mesma que recebi hoje, 13 de Dezembro, de manhã: a MEO tem uma equipa destacada para a resolução da avaria, "que é complexa", e não há previsão de solução do problema. 

Frisar que se precisa de internet para trabalhar e lembrar à empresa que nunca foi apresentada qualquer solução temporária para o problema é para a operadora irrelevante. Até ao momento em que reclamei no Facebook, a postura da MEO traduziu-se em agir como se me fizessem um favor por ser cliente deles. Quando as pessoas são tratadas como clientes, e não como pessoas, é isto que acontece. E quando as pessoas são encaradas como um número (de cliente, de telefone, de contribuinte) o problema não é uma avaria técnica é uma avaria societal. Se assim não fosse, os/as assistentes de call center não funcionavam como máquinas e não se despediam de quem se acabou de queixar veementemente de um serviço com um "continuação de bom dia".

Hoje à tarde fui contactada, finalmente, por alguém da equipa técnica da Meo que queria saber se o serviço já estava a funcionar com normalidade. Só hoje me foi explicado que a avaria terá sido motivada pelos trabalhos de reparação em curso em sequência dos danos causados pelos incêndios de 16 de Outubro. Foi o que eu suspeitei desde o início, mas só hoje isso me foi mencionado, com clareza. Ontem, em virtude de um post sobre esta avaria, que publiquei na minha conta de Facebook , fiquei a saber que tenho conterrâneos sem os serviços Meo desde a altura dos incêndios. Há dois meses. Dois meses.


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